O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro denunciou à Justiça o atacante Emerson Sheik, do Corinthians, por contrabando de veículos, resultado de investigação da Polícia Federal. Além do jogador do Corinthians, o volante Diguinho, do Fluminense, também é acusado no mesmo processo.
O nome dos dois jogadores surgiu em uma grande ação da PF no ano passado, em investigação de integrantes da máfia de caça níqueis que também atuava no contrabando de carros de luxo. A operação era chamada Black Ops.
SHEIK LEVA BRONCA DE TITE E DIZ QUE TEVE PROBLEMA COM FILHOS
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Emerson Sheik justificou o atraso nos treinos dos dois últimos dias que lhe renderam uma multa do Corinthians. O atacante alegou que teve problemas familiares relacionado aos filhos e precisou viajar ao Rio de Janeiro. O jogador, no entanto, não escapou da bronca do técnico Tite. "Teve o atraso e eu conversei com ele. Teve muito a ver com seus filhos, mas não retira o erro que ele cometeu. Ele deve estar conosco no horário normal. Ele é orientado e cobrado por isso", disse o treinador. Além dos atrasos, Emerson também foi barrado por questões físicas. O atacante sente uma dor no joelho direito e não treinou com o grupo nos últimos dias. Nesta terça, ele começou os trabalhos na academia e chegou a ir para o gramado com os reservas, mas não participou do rachão.
O crime de contrabando prevê um a quatro anos de prisão, mas a pena pode aumentar para até seis anos e oito meses por causa da duplicidade do crime – Sheik é acusado de repetir o processo duas vezes. Diguinho também seria enquadrado no mesmo artigo, mas por seu réu primário, teve um pedido de pena diferenciado.
O volante do Fluminense terá de cumprir processo de liberdade condicional, pelo prazo de dois anos. Nesse período, não poderia sair do Rio de Janeiro por mais de 30 dias sem autorização judicial, teria de comunicar qualquer alteração de endereço, comparecer a juízo a cada três meses para informar e justificar as suas atividades, além de perder o carro envolvido no processo e ainda prestar serviços à comunidade por seis meses.
O caso
As acusações a Sheik e Diguinho envolvem um processo criminoso de venda de carros de luxo no Brasil. Os veículos eram usados, mas entravam no país como novos - é proibida a venda de veículos importados usados. No caso de Sheik, a nota da compra do veículo mostra o depósito de apenas US$ 5 mil para um veículo que vale em torno de US$ 57 mil. Além disso, a negociação gerou uma cadeia de compra e venda, com a finalidade de “distanciar o comprador final da ilegalidade praticada na importação”.
O documento elaborado pelo MPF sobre a operação Black Ops também diz que Emerson não soube explicar por que vendeu um carro ao jogador Diguinho por R$ 315 mil, enquanto a nota fiscal registrou a transação em R$ 200 mil. Essa informação fez com que os dois também fossem investigados por lavagem de dinheiro, mas essa acusação foi descartada.
Sheik comprou a BMW X6, cor branca, por R$ 200 mil (R$ 160 mil e mais R$ 40 mil em IPI) em 29 de outubro de 2010. No Brasil, o carro é avaliado em R$ 300 mil. Quase dois meses depois, o atacante negociou seu veículo para a mesma empresa e pelo mesmo preço (mas sem o IPI).
No mesmo dia em que Sheik se desfez do veículo, Diguinho efetuou a compra da BMW X6 pelo mesmo valor. Vinte dias depois, o volante do Flu revendeu o veículo para a mesma concessionária. Horas depois, recomprou o automóvel. A investigação do MP concluiu que Emerson tinha conhecimento da ilegalidade da transação.
Fonte:http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2013/02/26/ministerio-publico-pede-condenacao-de-emerson-sheik-por-contrabando-de-veiculos.htm
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