O Unaids, programa da ONU para o combate à Aids, comemorou a notícia de que uma criança de 2 anos pode ter sido completamente curada do vírus nos Estados Unidos.
Em comunicado, a ONU afirma que, se os resultados forem confirmados,
esse será o primeiro caso documentado de uma criança com o vírus HIV que
parece não ter mais níveis detectáveis do vírus após parar o
tratamento.
"Essa notícia nos dá muita esperança de que uma cura para o HIV em
crianças é possível e pode ser um passo a mais rumo a uma geração livre
da Aids", disse o diretor executivo da UNAIDS, Michel Sidibé, em
comunicado oficial. "Isso também ressalta a necessidade de pesquisa e
inovação, especialmente na área do diagnóstico precoce."
Mais testes
Médicos americanos revelaram no domingo que uma menina soropositiva do
Estado do Mississippi (sul do país), de 2 anos e meio, não demonstra
sinais de infecção pelo vírus após deixar o tratamento por cerca de um
ano.
No entanto, mais testes serão necessários para assegurar que o
tratamento — que foi iniciado 30 horas após o nascimento da menina —
funcionaria para outras pessoas.
A virologista Deborah Persaud, da Universidade Johns Hopkins em
Baltimore, apresentou os resultados do tratamento na Conferência sobre
Retrovírus e Infecções Oportunistas em Atlanta.
— É uma prova do conceito de que o HIV pode ser potencialmente curável em crianças.
Coquetel antivírus
Se a garota americana continuar saudável, esse será o segundo caso
documentado de um soropositivo que consegue se livrar do vírus HIV.
Em 2007, Timothy Ray Brown se tornou a primeira pessoa. Sua infecção
foi erradicada por meio de um tratamento elaborado para a leucemia, que
envolveu a destruição de seu sistema imunológico e um transplante de
medula de um doador com uma mutação genética rara que resistia à ação do
vírus.
O caso do bebê do Mississippi envolveu um coquetel de drogas
disponíveis no mercado, conhecido como terapia antiretroviral, que já é
usado para tratar a infecção em crianças.
Os resultados sugerem que o tratamento rápido aniquilou o vírus antes
de que ele pudesse se depositar em 'esconderijos' no organismo, os
chamados reservatórios de células dormentes.
A existência desses reservatórios geralmente faz com que pessoas que
interrompem o tratamento com o coquetel voltem a ter os níveis
anteriores de infecção, segundo Deborah Persaud.
Surpresa
A menina nasceu em um hospital rural onde a mãe havia sido testada
positivamente para infecção por HIV. Porque a mãe não havia recebido
nenhum tratamento pré-natal contra o HIV, os médicos sabiam que o bebê
corria um alto risco de estar infectado.
De acordo com os pesquisadores, a menina foi transferida para o Centro
Médico da Universidade do Mississippi em Jackson. Uma vez lá, a
especialista em HIV pediátrico Hannah Gay deu início ao tratamento com o
coquetel de drogas apenas 30 horas depois do nascimento do bebê, mesmo
antes de os testes de laboratório confirmarem a infecção pelo vírus.
O tratamento continuou por 18 meses, mas nesse momento a criança deixou
de frequentar o hospital. Cinco meses depois, a mãe e a filha voltaram,
mas haviam parado o tratamento.
Os médicos fizeram testes para determinar se o vírus havia retornado e
ficaram surpresos ao descobrir que não, contou Rowena Johnston, médica
da Fundação de Pesquisa sobre Aids.
— Muitos médicos de seis laboratórios diferentes fizeram testes
diferentes e muito sofisticados para tentar encontrar o HIV nessa
criança e ninguém conseguiu encontrar nada.Estamos confiantes de
concluir até esse momento que a criança parece estar curada.'
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/cura-de-bebe-cria-esperanca-de-geracao-sem-aids-diz-onu-04032013
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